[FP] Feila A. Rousseau

De personalidade forte, a ruiva prefere servir de escudo a algum herói do que realmente levar os créditos por qualquer trabalho de salvar alguém. Possui uma boca suja e acha dificuldade em esconder o que realmente está pensando, tornando-se até desconfortável para outras pessoas, com toda a sua sinceridade. Pensa saber o que quer da vida, mas está apenas aprendendo a dar um passo de cada vez e teme quebrar a cara ao experimentar algo novo, não que isso a impeça realmente. Não é lá muito sociável, apenas observa na maioria do tempo. É fiel e cooperativa, qualidades que talvez tornem sua assistência muito requerida algum dia. Sente-se pressionada por ser filha de grandes heróis, já que todos esperam que faça uma ilustre história. Mas como conseguir isso sendo uma mera ajudante? Feila é cheia de truques na manga...

Holofotes e história. A ruiva passara a vida escondendo-se disso. Sendo filha de dois heróis claramente reconhecidos pela Helter High, fora acompanhada de perto desde quando não passava de um mero feto incompleto. Está destinada a grandes coisas, disseram eles. Seu caminho será para a luz e para o altruísmo, afirmaram. Com a genética dos mutantes ao seu favor, os pais comemoraram antes do tempo. A ruiva veio, como qualquer outra criança normal. Não houve fogos de artifício ou música saída de sabe-se lá onde. Apenas uma garotinha banhada em sangue, com garganta potente e choro estridente. É preciso ressaltar que os poderes não se expressam precisamente na hora do nascimento, obviamente. Há um tempo para que eles se revelem a seus portadores e, dessa forma, venham a ser treinados para o bem ou para o mal. O grande problema era que, para Feila, nenhuma habilidade fora do normal ressaltou-se e, com o tempo, seus pais começaram a aceitá-la como uma simples humana. Apesar de simples de entender, uma explicação é necessária. Mesmo que a mãe e o pai sejam mutantes, a genética sempre possui exceções e por mais que se passem gerações sem que nasça uma pessoa "normal", o gene humano sempre estará ali, esperando pela hora certa de mostrar-se ou, no caso da família Rousseau, arruinar o futuro brilhante de uma pessoa. Apesar de primeiramente decepcionados, Mariska e Regal não desistiram de criar a filha com todo o carinho e amor que poderiam demonstrar. E o tempo passou.

Já matriculada na Helter High (os exames demonstraram que havia sim genes mutantes nela, mas que o poder recusava-se a aparecer), Adèle não participava de festas, afinal, era fraca de amigos, estacionada como estava na classe de ajudantes, sem que realmente fizesse algo que prestasse, já que não havia uma habilidade a ser desenvolvida. Os heróis e outros ajudantes riam dela e a descartavam da socialização básica estudantil, tida em outros termos como as panelinha inúteis de pessoas que não tinham nada para fazer. Por essa razão, a ruiva já havia desenvolvido uma personalidade forte, dura na queda, esperando proteger-se das brincadeiras de cunho maldoso. Assim, quando alguém pensava em criticá-la, a "inofensiva" Rousseau já tinha uma resposta atrevida na ponta da língua.

Por ocasião de seus dezesseis anos, ganhara uma relíquia de família. Uma joia pequenina, de diamantes, passada entre as gerações para as garotas que chegassem àquela idade tão querida. Mal o colar encostou em seu pescoço, as imagens tomaram conta de seu cérebro, passando depressa, sem que realmente pudessem ser acompanhadas por ela, que não podia fazer nada a não ser gritar e descontrolar-se. Por algum motivo não especificado, as imagens desaceleraram, focando-se na pequenina joia no pescoço de diferentes mulheres. Feila não entendia quem eram, visto que a única relíquia real era aquela que estava consigo. Uma dor aguda tomou conta de sua mente e suas mãos rapidamente arrancaram o adereço de seu lugar, jogando-o na cama. Sua mãe assistia, pasma, mas não conseguia fazer perguntas. Foi olhando para ela que Adèle finalmente desfaleceu, tomada pela dor e pela confusão. Sua habilidade se revelara e ela se chamava Clariciência. Estava na hora de seu futuro se estabelecer.