[FP] Desirée Lefevrè

Desirée é uma garota ingênua, graças à sua idade. É facilmente manipulada, e confia cegamente nas pessoas, mesmo que estas estejam – sem ela saber – lhe fazendo mal. Bem humorada e alegre na maioria do tempo, embora carregue uma grande angústia por se separar do irmão. É uma garota boa, ainda que possa cometer atos malignos se influenciada por outras pessoas, afinal, não tem suas ideias formadas ainda, e qualquer um pode usar isso ao seu favor.

Não gosta de ser sentimentalista, e não segue às leis e regras, sendo um espírito totalmente livre para fazer o que quiser. É uma garota inteligente, aprende rápido as coisas que estão no nível de aprendizado dela. Odeia ficar sozinha, e não tem nada pior para Lefevrè que se sentir solitária, coisa que acontece sempre, por ser órfã e não ter absolutamente nenhuma família com a qual possa contar. Impaciente e imprevisível, faz o que achar mais divertido – ou necessário, a depender do caso – e não se importa com o que pensarão. Sua tendência nos eixos moral e ético são, respectivamente, o caos e a neutralidade.

Desirée nasceu em uma família de classe média. Nunca possuiu os luxos que os mais ricos da cidade possuíam, no entanto também nunca passou por problemas financeiros. Os pais sempre mantiveram tudo estável da forma que podiam, e nunca deixaram faltar nada nem para a garota e nem para seu outro filho – irmão gêmeo desta -, Gaël. Tanto o pai quanto a mãe dos dois eram mutantes, então era quase certo que os gêmeos possuíssem poderes, e a expectativa sempre foi grande sobre os dois, mesmo em seu primeiro ano de idade.

E assim, pressionada pelos pais que sempre esperavam algum sinal, a garota cresceu, ao lado de seu irmão. Os dois eram simplesmente inseparáveis, faziam tudo juntos e era quase impossível vê-la sem ele. Os pais eram muito ausentes, graças aos seu empregos – sobre os quais eles nunca contavam – e por isso a pequena não desenvolveu muito afeto pelos dois, sendo Gaël a única pessoa que ela realmente amava, e com quem sempre queria estar, independente da ocasião.

No entanto, os dois foram separados. Não se sabe de quem veio a decisão, mas graças às ordens de um superior, os pais tiveram de entregar os gêmeos. Desirée foi dada a uma família rica, e não viu mais o seu irmão. Foi tomada por depressão a partir deste momento. Mal comia, não falava com ninguém, e simplesmente não se importava com nada, até o dia em que finalmente fugiu da casa da família adotiva, em seu aniversário de nove anos. Não tinha um lugar para ir, nem nada planejado, apenas saiu correndo, sem ser vista, e não parou até que seus pés não aguentassem mais.

E então passou a vagar sem rumo pela cidade, até que a polícia a encontrou. Os pais haviam ligado para os policiais, desesperados, e várias viaturas haviam sido enviadas – graças à influencia da família – para procurá-la. Estavam em um carro, voltando para casa, quando aconteceu. Desirée chorava muito, pois queria sair e procurar seu irmão, mas os policiais simplesmente a ignoraram. Então ela desejou que algo parasse o veículo, que algo aparecesse e os fizesse parar. Esse algo foi um caminhão, indo de frente com a viatura.

Os policiais desviaram, mas perderam o controle do carro e acabaram batendo. O caminhão então desapareceu, como se nunca houvesse existido, e a menina – que saiu do acidente incrivelmente intacta, ao contrário dos homens – se aproveitou da situação para escapar novamente. E foi em um depósito velho, local que havia escolhido para se esconder, que a pequena o viu. Seu irmão estava bem à sua frente, vestido exatamente da mesma maneira que quando foi levado. Mas, quando correu para abraçá-lo, seus braços se fecharam contra o nada. Ele nunca estivera lá, compreendeu a garota. Assim como o caminhão. Aquilo não era real.